terça-feira, 18 de março de 2008
Afinal o que é esse tal de punk?
Adolescentes que se dizem punks... Mas você sabe o que é punk?
Acredito que não, né?
E você apresentador de televisão? Certamente você sabe. Mas, infelizmente se omite e se limita dentro do seu conformismo massivo. Massivo como o meio de comunicação da qual você pertence, ou melhor, na qual se escraviza.
A televisão informa: Gangues de adolescentes causam conflitos e mortes nas ruas. Vândalos, com cabelos coloridos, pulseiras de metal, tatuagens...
Pronto! Eles são punks...
Que ótima matéria essa... Iremos ganhar a audiência, não é mesmo?
Quem não gosta de ver punks na tv? Desde seu surgimento na década de 70, sempre foram fonte espetáculo e aumento de audiência... Hoje não seria diferente.
Mas afinal, o que estão vendendo na mídia? Punks ou apenas adolescentes que se autodenominam punks?
Então eu volto a questionar, afinal, o que é punk?
Certamente não é esse estereótipo de adolescentes revoltados, que estão vendendo por aí. Jovens que mal sabem a que vieram no mundo, que resolvem se comportar como imbecis selvagens, ou que se limitam em pintar seus cabelos e colocar roupinhas pretas de couro, com detalhes anticomunistas, iguais àqueles que o garotinho revoltado da novela das sete usou.
Nossa, que bela referência temos do que é ser ou sobre o que é punk.
É fácil sair pelas ruas, fazendo cara de mau, mostrando dedo, juntando os coleguinhas da escola para formar uma comunidade, que no fim das contas formam-se gangues. E que aos poucos vão tentando tomar espaço, fazer a diferença. Mas, a diferença não estar em apenas ser diferente pela aparência, ou por meter medo nos outros, com violência e imbecilidades.
O movimento punk se tornou diferente, e é diferente até hoje, porque soube fazer a diferença, como movimento de vanguarda.
Uma contra-cultura que unia o desejo de quebrar tabus pré-estabelecidos da cultura dominante, e o ideal de mudar a sociedade, construindo-na sobre os pilares da igualdade, da liberdade e da honestidade.
Para quem não sabe, o movimento punk é oriundo do subúrbio da Inglaterra, onde jovens indignados com a desigualdade e com a estagnação dos parâmetros assimétricos sociais de seu país, uniram-se com um objetivo em comum: fazer diferente e chamar atenção da sociedade para a desigualdade da qual eram vítimas. E foi assim que o movimento punk começou no mundo, com uma idéia de quebra de estética (percebendo a valorização do dadaísmo no movimento).
Qual será os valores que esses tais punks redeglobalizados defendem? Será que novamente fomos forjados a creditar em uma mentira?
Não acredito... Não posso acreditar nisso!
Embora já era de se esperar... Se até as Diretas Já foi forjada. Um espancamento aqui. Uma briga ali. Não seria deixada por menos, concordam?
Até porquê, vivemos na sociedade do espetáculo, e hoje quem não dá show, deixa a desejar, e isso não pode acontecer.
Tenho uma sugestão: que tal pintarmos nossos cabelos, colocarmos aquelas pulseirinhas de metal, umas jaquetinhas de couro e sairmos por aí, com o mp5 cheio de musicas do sex pistols?
Nossa! Tenho certeza que ficaríamos famosos. E nem precisaríamos ficar confinados numa casa três meses, com caras de idiotas, concorrendo um milhão de reais.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Tão somente III
Abri meus olhos, olhei em volta, lá estava eu em meu quarto. Com uma pequena brecha de luz via que o dia já havia começado, e eu com a minha inércia, ainda estava sobre minha cama, certamente esperando o que não sei.
Levantei rapidamente, pois, tinha me esquecido de um encontro que há tempos havia marcado, mas, por falta de tempo, jamais me disponibilizei.
Escovei meus dentes, tomei banho, me apronte. Ao me olhar no espelho, observei que já havia me tornado uma mulher, e notei algo diferente. Não era apenas eu quem estava ali, notei que existia algo de estranho comigo. Um sentimento atípico, que me confundia e me amedrontava.
E ali fiquei, estática, imóvel, novamente inércia. Me olhava e me via, me olhava e não me via. Me via mas não me reconhecia. E no meu desconhecer, descobri que estava apaixonada pela figura que eu observava.