quinta-feira, 3 de abril de 2008

Uma Cidade Moderna?

Baseando-me em um conhecimento ainda muito superficial sobre modernidade e pós-modernidade, inicio este artigo partindo diretamente para o pensamento sobre: a mudança no espaço urbano de Cuiabá.
A cidade de Cuiabá, até há algumas décadas, abrigava em sua estrutura a imagem de uma capital que mais se parecia com uma cidade do interior, na qual as pessoas em suas casas permaneciam com um modo de vida pacato. Sentava-se em cadeira, ou até mesmo na porta de suas casas nos fins de tarde, para fofocar, se informar e observar quem ali passava.
Também era habitual, ir a casa daqueles que iriam viajar, para se encarregar dos cumprimentos e saudações. Aos que partiam e retornavam, principalmente dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, ficavam encarregados de contar aos que aqui ficaram as novidades das capitais e do país. Todos se reuniam, para saber das “boas novas”, pois, quando aqui chegavam os jornais, traziam notícias de três ou quatro meses passados. Mas, era a única maneira de saber sobre o que se passava no restante do Brasil.
Com o advento da tecnologia, e a expansão dos meios de comunicação, principalmente a televisão, observou-se que, a tradição interiorana foi dando lugar aos hábitos das grandes capitais.
As pessoas que antes se sentavam nas portar de casa, hoje se escondem atrás de suas cortinas e janelas, assistindo ao seu programa televisivo. As cadeiras que antes eram utilizadas para sentar, fofocar e observar o movimento da rua, deu lugar a banco de praças. Pessoas de hábitos simples cederam ao modismo das atrizes de novela. Aqueles dizeres cuiabanos aos poucos mudaram de expressão, e hoje são taxados como retrógrados e vergonhosos. Os movimentos republicanos, de intelectuais, abriram a guarda para os novos movimentos como o punk, os emos, os hippies, entre outros, que fazem da nossa capital, uma mistura muito mais que cuiabana, simplesmente uma mistura moderna.
Mas, até onde vai toda essa modernidade?
Dizem até que Cuiabá foi sufocada pelo pós-modernismo, será? No entanto, não me referimos ao conceito de pós-moderna, pois sei que este conceito não se encaixa aos dias atuais em nossa capital. Uma vez que, em Cuiabá, o que vemos não chega a ser uma modernidade, pois, ainda existem traços muito marcantes de nosso passado, e em conseqüência disso a pós-modernidade se torna algo da qual ainda não fazemos parte.
Porque ao não nos desligarmos do arcaico para construirmos o moderno, jamais chegaremos aos conceitos de moderno, e essa tal pós-modernidade se torna cada dia mais distante.
Mas, não pensem que gosto desse pensamento, uma vez que, a modernidade quanto mais próxima fica de nós, e conseqüentemente de nossa cultura, essa se torna vazia e totalmente massificada e porque não até monótona.
Por fim, entendo que Cuiabá passa por um processo de renovação cultural, no qual seu conceito de moderno se encontra em fase de aprimoramento, e o que nos resta é indagar, qual será a metamorfose que a cidade sofrerá para alcançar o patamar de moderna?

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